segunda-feira, janeiro 22, 2007

por contágio

Estava tão embrenhada naquela história que, quando a personagem foi apanhada num momento embaraçoso, corei!

breaking and entering

No filme de Anthony Minghella todos têm muita pinta. E ter pinta não é o mesmo que ser bonito, é muito mais que isso. O jovem arquitecto "trendy" e a esposa sueca, cheios de pinta. A suposta refugiada bósnia é Juliette Binoche e está tudo dito. Mesmo não sendo já uma menina e sem corpo de top-model esta mulher fica sempre bem. Mesmo desgrenhada, enfiada em roupas de matrona, com maquilhagem borratada, ela enche o écran. O delinquente juvenil tem bom aspecto. A empregada de limpeza é um espanto e lê Kafka. Até a "alternadeira" lá do sítio faz as suas "lap dance's" ao som de PJ Harvey. Pinta, muita pinta!

quarta-feira, janeiro 17, 2007

angústias livreiras

Há dias, dizia-me alguém, muito indignado, que tinha corrido as livrarias do Porto para comprar Memórias de Adriano, em vão. Não me custa nada a acreditar.
São inúmeros os clássicos, as obras essenciais, que já dificilmente se encontram nas estantes das livrarias. Pode-se sempre alegar a falta de espaço, que existe; que se isso acontece é porque poucos os procuram; que há um disparate de novidades a ser despejado nas lojas; que...Tudo verdade mas não chega. O negócio livreiro em Portugal (e é só desse que falo agora porque é aquele em que me movo) é, cada vez mais, um negócio de listagens. Títulos, ISBN's, preços com e sem IVA, gestão de stocks. E nesta abstracção Yourcenar é um item de baixa rotação. Pior, nesta abstracção Memórias de Adriano vale exactamente o mesmo que O Capitão Cuecas.

Há um ano atrás, uma editora portuguesa de referência, com um catálogo impressionante, decidiu abdicar da sua rede de comerciais e recorrer aos serviços de uma distribuidora. Posso garantir que tive meio ano de insistência até que a dita distribuidora me apresentasse três alternativas de consignação, a maior das quais ocupava uma folha A4. Ainda perguntei se era uma piada. Não era! Claro que podia pedir à lista mas o menu pronto a servir era aquele. Como insisti em ser eu a decidir o que como esperei mais seis meses. Ao todo, um ano de espera, de reclamações, de telefonemas.

No estado em que as coisas estão, para se ter nas estantes os livros que realmente se quer é preciso pedir, implorar, chatear muito, dar um berro ou dois.

Só mais dois episódios e calo-me.

A livraria onde trabalho recebeu uma encomenda de 300 exemplares de um certo título, editado no Brasil. Só um senão: os livros tinham que estar cá no espaço de um mês. Contactámos quem, em Portugal, faz a importação de livros brasileiros. Nada feito! Se não estiver em armazém demora de 3 a 6 meses a chegar. Vêm de barco, dizem. A remos, acrescento eu.

Procuro, para moi même, um determinado romance de um autor brasileiro. Contacto a empresa referida acima. Não têm, nem podem fazer o pedido. Na ficha do livro existe uma indicação de que a obra tem edição portuguesa. Certo, certíssimo. E informo: para ser rigorosa tem até duas mas ambas estão esgotadas desde o início dos anos 90. E então? A indicação mantém-se, o sistema não permite. ARRRRRRRH!

sábado, janeiro 13, 2007

da leitura

"Mesmo os homens mais obcecados pelos livros não conseguem ler mais do que uma minúscula fracção da totalidade dos textos existentes no mundo. Não é um verdadeiro leitor, um Philosophe Lisant, aquele que nunca sentiu o fascínio acusador das grandes prateleiras de livros não lidos, das bibliotecas à noite de que Borges é o fabulista."

George Steiner, em Paixão Intacta.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Lisboa-Dakar ou quem nunca pecou que atire a primeira pedra

Carlos Sousa (dois minutos antes de deixar Andreas Schulz apeado no meio do deserto): "mais um bitaite e vais a pé!"

quinta-feira, janeiro 11, 2007

diz-me com quem andas...

Esta senhora foi namorada de Jeff Buckley (até ele fazer aquela gracinha de ir nadar no Mississipi), gravou um dueto com Antony e agora é a companheira de Bill Callahan. Isto, meus amigos, é critério.

fruta da época 2

muco, bisga, escarro, ranheta, gosma

quarta-feira, janeiro 03, 2007

fruta da época

Decisão de ano novo: pensar menos, fazer mais.