terça-feira, setembro 26, 2006

baralhar e voltar a dar

Para apreciadores de jogos de azar, e não só, os conspiradores sugerem um novo baralho e jogo de tabuleiro.

quarta-feira, setembro 20, 2006

for a girl

"Let's sing a song about an empty stage
sing a song about a woman's rage.
a song, a song about how to sing

a song, a song about everything!
you're tough, for a girl,
and you're smart, for a girl

stop your ears from burning
and
fill my stomach with your singing
concern yourself with the invisible!
concern yourself with the incredible!
Don't turn to motherhood so fast, you have been blinded
There's a word for all you keep inside
though you try to hide it, we will write it!"

Final Fantasy, aka Owen Pallett
(16 de Outubro, Casa das Artes de Famalicão)

quinta-feira, setembro 14, 2006

não há coincidências

'Casa Tomada' é um dos contos de Cortazár que mais me impressiona. É a história de dois irmãos que habitam uma casa de família e vão sendo progressivamente desalojados. É a história do medo em estado puro, da ameaça pressentida, de um invasor sem nome nem rosto. Essas duas figuras, acossadas, vão fechando porta atrás de porta até se colocarem na rua.
Falaram numa alusão óbvia ao Peronismo, e Cortazár não a rejeitou. Talvez, inconscientemente, isso estivesse lá. Mas tudo começou com um sonho e nele era o próprio a ser empurrado, renunciando ao seu espaço em sucessivas retiradas. Acordou antes de transpor a última porta e escreveu 'Casa Tomada' de uma assentada.
Podia passar dias a (des)escrever a simbologia do conto, a perfeição, como tudo está onde deve estar, sem excessos, sem adornos desnecessários, a genialidade do autor, a aparente simplicidade, a linguagem, o ritmo. Mas o que me apetece salientar é uma circunstância lateral.
Este foi o primeiro texto de Cortazár a ser impresso e a decisão coube a um senhor chamado Jorge Luis Borges, ao tempo editor de uma publicação literária. O jovem Cortazár merecia um Borges a quem pudesse confiar o seu conto para apreciação. Nada de coincidências, só mérito.

segunda-feira, setembro 11, 2006

de croissant a porco

De Pablo Tusset, autor de 'O Melhor que Pode Acontecer a um Croissant', só se sabiam três coisas. Nasceu em Barcelona, passou a infância em Genebra e que Pablo Tusset é um pseudónimo: 'Tusset porque sou catalão, Pablo porque penso em castelhano'.
Em 2003 a Ambar publicou-o na Gin Tonic, numa colecção que prometia. 'O Melhor que Pode Acontecer a um Croissant' mereceu elogios do mestre Manuel Vásquez Montalbán. Acrescentar o quê? Que é divertido, tem Barcelona como cenário, um título apetitoso, um protagonista peculiar que faz afirmações categóricas sobre comida. Eu rendi-me imediatamente. De lá para cá esperei que surgissem novidades, que Pablo Tusset não resolvesse desaparecer de circulação. Et voilá! 'En el Nombre del Cerdo': amor, morte, ternura, paraíso, inferno e humor. Para já, só em castelhano. O meu já vem a caminho!